Estudo revela que mais de 75% das organizações de construção em todo o mundo têm um projeto de baixo desempenho. Ante isto, nos últimos três anos, através de inúmeros esforços para adoção do Building Information Modeling (BIM) no setor de construção público e privado, tem sido percebido um aumento significativo na procura do entendimento e implantação desta metodologia em diferentes tipos de projetos. Neste sentido, órgãos do governo, empresas privadas e a academia tem unido forças para aprimorar e acelerar este processo. É assim, por exemplo, que o Governo do Brasil tem emitido os Decretos Nº 9.377 (2018), 9.983 (2019) e 10.306 (2020), os quais traçam diretrizes para a adoção gradual e estruturada do BIM no setor público da construção.

Do mesmo modo, é importante mencionar que o decreto Nº 10.306 salienta a elaboração de diretrizes gerais sobre usos com foco na contratação de projetos em BIM e que, em consequência, é pertinente realizar a seguinte questão: Qual melhor forma e instrumento de contratação para adotar o BIM?

Para poder entender melhor este cenário é necessário mencionar que, assim como no Brasil, diferentes países ao redor do mundo têm a mesma preocupação e necessidade, é o que demonstram diferentes estudos publicados recentemente, que apontam a falta de integração das premissas e requisitos, principalmente dos contratantes (Owners) e contratadas (construtores e projetistas), com relação à adoção do BIM nos contratos e documentos afins. Em particular, delimitamos o detalhamento deste artigo em 4 principais barreiras para adoção do BIM em projetos, para poder esclarecer a questão mencionada anteriormente.

 

Figura 01: 4 principais barreiras para adoção do BIM

 

Do mesmo modo, não está demais aludir aos níveis de maturidade do BIM nos projetos. Note-se que estas barreiras se majoram perante um nível avançado do BIM a ser adotado em um projeto (Veja a figura 01).

Figura 02: Adaptado do Modelo de Maturidade BIM (Bew & Richards, 2008)

 

Da imagem de cima, salienta-se o nível Pré-BIM adota metodologias e práticas tradicionais, onde se encaixam também as contratações tradicionais, usualmente pouco colaborativas ou adversariais/transacionais.  Descrito o de cima, vamos para 4 pontos que podem facilitar a adoção do BIM na sua organização sob uma ótica contratual.

 

  1. Colaboração

Estudos apontam que a construção é uma das indústrias menos colaborativas e que, em consequência, trazem resultados pouco favoráveis para os envolvidos no projeto. É assim que surgem alguns questionamentos para alavancar a adoção do BIM.

 

Figura 03: Questões relacionadas à colaboração

 

Dicas:

  • Incentive o uso de Metodologias Modernas de Construção (MMC), tais como o Advanced Work Packaging (AWP), Integrated Project Delivery (IPD), Virtual Design and Construction (VDC), Scrum, Lean Construction, entre outras para fortalecer o ecossistema de colaboração e transparência,
  • Entenda e defina bem o objetivo do Owner e do Projeto
  • Use tecnologias e ferramentas colaborativas, essencialmente, no Commom Data Environment (CDE), onde as diferentes equipes compartilhem e troque informação sobre o projeto.
  • Especifique os formatos dos arquivos e dados associados ao CDE
  • Determinar as responsabilidades das contratadas nas fases do projeto com relação ao modelo BIM.

 

  1. Aspectos legais e contratuais

Fatores da dos sistemas de procura, normativas regionais, entre outros podem influenciar na adoção do BIM contratualmente. Neste sentido, surgem algumas perguntas, tais como:

Figura 04: Questões relacionadas com aspectos legais e contratuais

 

Dicas:

  • Entenda, alinhe e detalhe as necessidades do owner sobre o produto gerado com o BIM.
  • Avalie a influência de algum documento oficial da organização ou do governo podem influenciar na elaboração da minuta,
  • Evite jargões: seja objetivo e claro
  • Defina as licenças de acesso para utilizar a informação gerada no modelo pelas partes interessadas, principalmente pelo owner.
  • Especifique as informações que serão consideradas confidencias (Segurança de Dados) e defina quem fará uso destas.
  • Defina os roles e responsabilidades das equipes que farão uso do modelo como um todo.
  • Analise e descreva a periodicidade de atualização das informações no CDE.
  • Detalhe os LoD para cada estágio de desenho que considere necessário na concepção do projeto
  • Defina e descreva os modelos federados a serem usados no projeto,
  • Descreva qual documento prevalecerá ante alguma divergência de informações,

 

  1. Investimento

Neste segundo ponto surgem alguns questionamentos, pois a tecnologia e ferramenta usada para suportar o BIM tende a ser mais onerosa do que um 2D (CAD) convencional.

Figura 05: Questões relacionadas ao investimento

 

Dicas:

  • Avalie o valor agregado (Return of Investment – ROI) que pode trazer, não apenas em um projeto e sim em toda sua organização, a aquisição de software e hardware e detalhe estes custos no contrato
  • Custos de treinamentos e aculturamento do time podem ter a mesma regra do valor agregado e estabelecê-los dentro do documento contratual.

 

 

  1. Uso e gerenciamento da informação.

Não é novidade que a indústria da construção tenha demorado para incorporar a informações eletrônicas, pontualmente, para gestão de atividades dentro de um projeto. Inclusive, quando esta informação é usada, usualmente, carece de gerenciamento. Isto faz que a adoção do BIM seja ainda maior perante o nível 2 de maturidade, por exemplo, no qual se refere-se ao uso do BIM 4D (tempo) e 5D (custo). Nesta linha surgem alguns questionamentos interessantes para adoção do BIM, como por exemplo:

Figura 06: Questões relacionadas ao uso e gerenciamento da informação

 

Dicas:

  • Incentivar a cultura do paperless através do uso e compartilhamento de dados no CDE, contribuindo, em consequência, com o meio ambiente
  • Promover a transparência e uso de formatos nativos, através do uso do CDE
  • Detalhar os períodos de atualização das informações
  • Avaliar e definir as consequências caso haja uma demora na atualização e afete o interesse de alguma parte interessada (Uso de fluxogramas)
  • Definir a codificação da estrutura do modelo e, caso for usado o BIM 4D, incentivar o uso do mesmo código para realizar a programação.
  • Reforçar a relevância das informações extraídas do modelo sobre qualquer documento convencional de construção
  • Promover o espírito de dono através de alertar antecipadamente aos demais membros em caso de alguma interferência no modelo (Early Warings)

 

Pois bem, complementando o mencionado acima, sabemos que a jornada de adoção do BIM não é fácil e por isso é recomendável ter assessoria especializada. Aqui na VerumPartners temos os especialistas indicados para ajudá-lo a conduzir esta jornada titânica.

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Autor: Brian Oliveros, Senior Consultant na Verum Partners.
A Verum Partners tem larga experiência em implantação de Cultura Ágil, BIM, Lean e metodologia AWP como a base para o gerenciamento de seus projetos, explorando a capacidade dessa metodologia de abranger todas as áreas de conhecimento e níveis de gerenciamento, sendo base para a integração entre engenharia, suprimentos, construção e comissionamento.
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