Como ESG se relaciona com Direitos Humanos?
A Cadeia de Valor dos negócios contém todas as atividades relacionadas à entrega de um produto ou serviço, desde a obtenção de matérias primas até a sua distribuição final. Na prática, ela abrange todas as etapas de produção, logística, marketing, vendas, pós-vendas e atendimento ao cliente. Trata-se, portanto, de uma estrutura repleta de requisitos, necessidades e expectativas.
Neste contexto, é importante observar o propósito do ESG e direitos humanos. Analisar os vieses ambiental, social e de governança de um negócio permite revisar e ajustar a estratégia. Assim, é possível melhorar resultados financeiros, atrair consumidores, reforçar a marca, reduzir custos e desperdícios, conquistar confiança dos investidores, levar mais transparência aos processos internos, mitigar riscos, abrir novos mercados e expandir aqueles em que já operam atualmente.
Neste artigo, mostramos como o e porque o pilar de ESG e direitos humanos é fundamental para a estrutura organizacional das empresas.
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Os riscos da operação e a preocupação com ESG e direitos humanos
Os riscos são fatores intrínsecos aos negócios e que se acumulam ao longo da cadeia de valor. Por isso, mapear, gerenciar e mitigar tais riscos é fundamental para minimizar impactos operacionais, reputacionais legais e financeiros da organização.
Tal abordagem permite que os gestores estejam atentos aos impactos socioambientais inerentes aos processos da empresa. São vários os aspectos abordados na estratégia ESG e direitos humanos. Do cuidado com as pessoas, passando por conformidades legais, compliance e ética nas relações com entes públicos, tudo deve ser considerado na abordagem de ESG.
Nesse cenário, a preocupação das empresas em relação à rastreabilidade de seus processos tem crescido bastante, em decorrência de pressões externas sobre a adoção de práticas responsáveis. Afinal, para manter a conformidade, é preciso ter um olhar analítico e vigilante sobre os processos corporativos, inclusive considerando aqueles relacionados à ESG e direitos humanos.
A violação de direitos humanos, que envolve práticas de trabalho em condições análogas à escravidão, o trabalho infantil e a discriminação, desperta reações intensas das partes interessadas, impactando na reputação das empresas.
No escopo da gestão e avaliação constante de ESG e direitos humanos, os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estabelecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas), funcionam como um guia para adequar as empresas e negócios às práticas de ESG. Ou seja, ao adotar as melhores práticas de ESG, uma empresa também contribui com os ODS.
Os ODS baseiam-se em normas internacionais de direitos humanos e destinam-se a orientar o cumprimento das metas, como o direito à água, redução da pobreza e da desigualdade.
Os ODS fazem referência explícita ao guia das Nações Unidas, princípios e normas da OIT (organização internacional do trabalho). Alguns dos indicadores relacionados aos ODS podem ser úteis para as empresas no seu próprio acompanhamento e relatórios sobre ESG e direitos humanos.
Existe uma oportunidade significativa para as empresas se mobilizarem em torno dos ODS e integrá-los na sua abordagem estratégica para a promoção dos direitos humanos e da sustentabilidade de forma mais ampla. No entanto, tomar ações positivas sobre ODS não garante que as empresas estão isentas do risco de violar os direitos humanos.
Dessa forma, as organizações que prezam pela integridade, buscam elevar a maturidade em ESG de seus processos. O ideal é assegurar a rastreabilidade de sua cadeia de valor, de modo que a empresa se mantenha diligentes sobre os direitos humanos.
ESG e direitos humanos: quais impactos podem acontecer?
Existem vários desafios em relação à ESG e direitos humanos enfrentados pelas empresas, desde a exploração de mão de obra forçada, ainda que ocorra de forma indireta, em fornecedores e empresas terceirizadas, até no ambiente de trabalho, com práticas discriminatórias.
Os negócios têm a prerrogativa de proteção, respeito e reparação dos direitos humanos.
- Ações próprias, assim como a falta de alguma ação, podem afetar negativamente as pessoas;
- Além disso, existe um risco de que as empresas possam contribuir por meio de relações comerciais, de forma indireta, ou ainda, em paralelo com outras empresas, de forma sinérgica e cumulativa, afetando as partes interessadas;
- Impactos podem ocorrer ligados à operação da companhia, por meio das relações comerciais, na aquisição de produtos e serviços.
Portanto, a diligência em direitos humanos se faz necessária, para assegurar a integridade dos negócios, por permitir avaliar a responsabilidade, orientar a prevenção e reparar eventuais violações, minimizando riscos relacionados aos negócios.
A importância dos relatórios de ESG e Direitos Humanos
Afinal, como esse tipo de documento pode contribuir para a diligência em ESG e direitos humanos? Entenda nos próximos tópicos.
Negócios
Os argumentos a favor de que as empresas façam negócios com respeito pelos direitos humanos são essenciais. É essencial saber quão bem elas estão gerenciando riscos às pessoas, dentro do contexto dos negócios, e dando visibilidade externamente.
Governo
Os Estados devem encorajar e dar incentivos à melhoria das informações sobre direitos humanos e avaliar de que maneira a comunicação obrigatória poderia ajudar a promover as práticas corporativas.
Investidores
O movimento global de investidores, focados na criação de valor a longo prazo, é crescente. Isto significa que eles solicitam cada vez mais informações sobre como as empresas gerem os seus riscos ambientais, sociais e de governança.
Nada é mais central para o desempenho social das empresas do que a sua gestão dos riscos para os direitos humanos das pessoas: a sua dignidade básica como seres humanos. Esses riscos podem também resultar em impactos ambientais ou má governança, bem como afetar dinâmicas sociais.
Sociedade Civil
Embora seja improvável que os relatórios da empresa abranjam todas as questões que preocupam todas as partes interessadas, eles devem fornecer informações suficientes sobre as intenções, práticas e resultados da empresa. O acesso a tais dados fornece uma base para um diálogo informado sobre quaisquer aspectos do desempenho da empresa em matéria de ESG e direitos humanos que sejam do seu interesse.
Como vimos até aqui, observar essa diretriz é estratégico para o sucesso da gestão de projetos e da empresa. Para saber mais sobre ESG na construção civil, acesse nosso artigo sobre inovação e ESG.
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Autora: Fernanda Faria, ESG Champion na Verum Partners.