O AWP, O Esporte e A Vida…
Há algum tempo atrás, escrevi um artigo bastante despretensioso sobre a “sorte” que venho tendo no decorrer da vida e o quanto de trabalho foi executado ao longo do caminho pra me trazer até aqui. Para minha grata surpresa, essa publicação teve grande repercussão positiva em minhas redes, tanto de pessoas que estiveram ao meu lado em determinados momentos acompanhando essa trajetória, quanto de completos desconhecidos que simplesmente se sentiram de algum modo representados naquelas palavras.
Cabe aqui uma contextualização. Grande parte da rede que construí no LinkedIn está ligada à minha carreira profissional de engenharia e projetos, porém, aos que não conhecem esta parte da história, antes de entrar pelas portas deste mundo vivi bons anos na carreira de atleta profissional de natação e foi no esporte, ao lado de inúmeros adversários e amigos, entre eles meu grande treinador Marcio Latuf, onde desenvolvi boa parte das habilidades, capacidades e valores que trago comigo até hoje.
Retornando ao ponto onde estávamos antes do contexto deste último parágrafo, desde então, segui atuando na minha função na Verum Partners, empresa onde trabalho atualmente como AWP Champion e Team Leader, envolvido diretamente com grandes e importantes projetos de transformação cultural e digital de nossos clientes através da implementação de diferentes metodologias que trazem os conceitos mais atuais das melhores práticas de gestão de projetos, entre elas, é claro, o AWP. Ao meu lado nessa jornada diária, um grande amigo que a profissão me apresentou, o também consultor de projetos Luca Diederichsen, jovem talento deste meio em que estamos envolvidos e com quem tenho grande prazer em dividir as atividades e resultados.
Ao atento leitor, que talvez não esteja tão familiarizado com a sigla, o AWP é, de maneira bem (muito mesmo!) resumida, uma metodologia de gestão e implementação de projetos de construção, considerada Best Practice pelo CII, onde utilizamos uma abordagem disciplinar para melhorar a produtividade e previsibilidade dos projetos.
Pois bem, agora deve estar passando pela sua cabeça, onde é que todas estas coisas se encaixam? Sigamos então!
Ocorre que, após o “sucesso” do artigo anterior, meu parceiro de trabalho Herbert Azán me propôs um desafio: Escrever um novo artigo utilizando uma linguagem não-técnica sobre o AWP, porém que traga conhecimento sobre a metodologia, faça relação com os ensinamentos do esporte e se baseie num viés humanizado. Como bom ex-atleta que sou, não sei dizer não a um desafio, então como já diria o Capitão Nascimento, “Missão dada, parceiro, é missão cumprida”.
Em ritmo de Jogos Olímpicos, tentarei de alguma maneira traçar esse paralelo entre o AWP, o Esporte e a Vida.
Voltemos então ao nosso simplista e resumido resumo (sim, a redundância foi proposital!) sobre o AWP. Nesta metodologia dispendemos de um tempo bastante grande na fase de planejamento para garantir que a execução ocorra da maneira mais fluída possível, tendo sempre como objetivo a sequência ideal de construção, ou seja, começamos o projeto com o fim em mente. Para isso, é necessário um trabalho bastante colaborativo entre as diferentes áreas e os diversos stakeholders, cada um contribuindo com sua expertise, para que o resultado final seja o melhor possível. Dividimos então o trabalho em pacotes de construção (CWP), engenharia (EWP) e aquisições (PWP), que guiarão nossas atividades e sequenciamentos. Já na hora da execução de campo temos os pacotes de instalação (IWP) que são realmente as tarefas que se realizam no local chave, ou seja, a obra. No decorrer do projeto, temos várias rotinas e reuniões de planejamento e de eliminação de restrições, como o Path of Construction (PoC), a 3 month look ahead (3MLA) e a 6 week look ahead (6WLA), onde a equipe visa garantir que a execução ocorrerá sem maiores percalços. Tudo isso é claro, depende de boas habilidades de liderança, senso de equipe, foco, comprometimento e poder de decisão.
Agora olhemos pro esporte. Tomarei como base a natação, onde domino mais o tema. Pensando em um ciclo olímpico de 4 anos, o atleta senta com seu treinador ao início de uma temporada (início do projeto), define o método de trabalho (estratégia AWP), escolhe sua equipe de apoio (colaboradores, diferentes áreas, construtoras, etc) e faz o planejamento de qual será o objetivo final (PoC). O ciclo então é dividido em épocas de treinamento de acordo com a disciplina determinada, por exemplo, base, específico, polimento (definição de escopo dos CWPs). Para cada pacote deste, determinamos também quais serão os equipamentos de treino que serão utilizados (definição de EWPs) e quais os suplementos e alimentos que deverão ser adquiridos e consumidos (definição dos PWPs). É necessário também confirmar se o planejamento está sendo seguido à risca e se o avanço está conforme o ideal, livre de restrições físicas e fisiológicas, portanto exames devem ser realizados constantemente (3WLA) e competições testes devem fazer parte do calendário (6WLA). Chegamos então no momento chave, a competição alvo do ciclo, e aqui se faz necessário definir dia por dia o que deve ser realizado na prática, quantos metros aquecer, qual maiô, touca ou óculos usar, como será a prova, desde o início até o fim (IWPs). Se tudo for realizado como esperado, o sucesso também deverá ser alcançado (entrega do projeto).
Mas então só vale a comparação se for um projeto grandioso e o atleta em questão ganhar a medalha de ouro? Não! Definitivamente não! Essa semana o multi-medalhista e amigo Thiago Pereira publicou um vídeo sobre o que significa o sonho olímpico para cada atleta. Nesta publicação, Thiago cita que para alguns pode ser simplesmente alcançar o índice para estar lá, para outros pode ser disputar uma final e para outros lutar por uma medalha. Ou seja, não importa se seu projeto é pequeno, médio ou grande, tampouco se você é um profissional extremamente experiente ou que está iniciando sua carreira, mas sim se você alcança ou não o seu objetivo.
Os exemplos e casos marcantes são inúmeros, então deixo pra você leitor buscar na memória e tenho certeza que vai encontrar alguma história na sua carreira onde se planejou, organizou as tarefas, limpou as restrições e executou a atividade com sucesso, sentindo ao final aquela sensação de dever cumprido. Nas Olimpíadas também, todos os dias vemos notícias de atletas que treinaram, se superaram diante das várias dificuldades no caminho e que chegaram às suas metas.
E na vida cotidiana, seria possível relacionar o AWP? Me parece que sim! Afinal, quem nunca fez um planejamento para viajar, ou dividiu suas finanças em pacotes, ou fez uma lista de itens que faltavam (restrições) para cozinhar seu prato preferido, ou mesmo traçou um objetivo de emagrecer uns quilos e para isso teve que pensar em todo o caminho da construção desse corpo em forma? E para fazer tudo isso, acredito que se pensar bem, vai perceber que sempre há alguém caminhando ao seu lado, seja seu agente de viagens, seu gerente bancário, seu professor da academia. Aqui em casa tenho a grande felicidade de poder fazer esse trabalho colaborativo com minha CEO (minha esposa) e meu gerente de RH (meu filho), sem a contribuição dos quais jamais atingiria tão bons resultados em todos os aspectos.
Ontem tive a grata experiência de receber um feedback bastante positivo de um dos Diretores da Verum, Lucas Carvalho, sobre meu desempenho desde que me juntei ao time. Entre os pontos principais, foram destacados muitos dos conhecimentos que citei ao longo do texto, o que realmente me faz acreditar que estou seguindo o caminho certo.
Assim, não importa se no AWP, no Esporte ou na Vida, alguns itens são sempre bastante relevantes.
– Se esforce: Como já descrevi no artigo anterior, a “sorte” vem pra quem trabalha;
– Colabore: Se todos acham sempre que estão certos, então algo está errado;
– Reconheça: Você terá apoio no caminho, portanto valorize quem esteve ao seu lado;
– Planeje: A previsibilidade te trará produtividade;
– Se comprometa: Garanta que seu foco esteja totalmente alinhado aos seus objetivos;
– Lidere: Não se trata de mandar, mas de ser exemplo a ser seguido;
– Enxergue: Mirar o objetivo é fundamental, mas mais ainda é entender o caminho;
– Performe: A alta performance depende antes da sua auto-performance;
– Divida: Fracionar o todo em porções menores te dará fôlego e motivação pra seguir adiante;
– Capacite: Aprenda e ensine seu time, juntos vocês serão mais fortes;
– Apoie: Hoje alguém precisa de você, amanhã será o contrário, pessoas precisam de pessoas.
Como sempre diz outro grande amigo, escritor e Coach Joel “Jota” Moraes: “Pense como quiser, faça o que quiser, mas não culpe ninguém pelos seus resultados”.
Autor: Israel Murat Clark, Tribe Lider na VerumPartners. A Verum Partners tem larga experiência em implantação de Lean, BIM, Cultura Ágil, e metodologia AWP como a base para o gerenciamento de seus projetos, explorando a capacidade dessa metodologia de abranger todas as áreas de conhecimento e níveis de gerenciamento, sendo base para a integração entre engenharia, suprimentos, construção e comissionamento. Temos os melhores profissionais do mercado. Somos parceiros de verdade na alavancagem dos seus negócios! Entre em contato com a gente e agende uma apresentação!