O aumento exponencial da capacidade de processamento de hardware e software trouxe a especialização de diversas tecnologias, com destaque no setor de engenharia e construção às metodologias BIM e GIS.
A tecnologia CAD trouxe a digitalização de desenhos manuais feitos no passado em papel com pranchetas. O BIM trouxe inteligência a esse processo, viabilizando a representação virtual do empreendimento projetado e permitindo que várias análises sejam feitas antes e durante a sua execução em campo. Mas o BIM sozinho não possibilita analisar o empreendimento em seu entorno, considerando demais variáveis como suas condicionantes ambientais, sociais e territoriais. E é aí que o GIS ganha protagonismo e complementa o BIM.
A tecnologia GIS também evoluiu muito, permitindo a publicação e análise de múltiplos tipos de dados como mapas vetoriais, imagens satélite, ortofotos e nuvem de pontos, fornecendo meios para facilitar a conectividade e distribuição de dados de múltiplos sites, interfaces com sensores IoT, dentre outros. A tecnologia GIS que originalmente também foi definida para viabilizar uma representação digital de um mapa em papel se transformou em uma verdadeira plataforma com diversos instrumentos de análise de dados espaciais.
O movimento para uma digitalização integral dos processos da engenharia precisa de ambos os conceitos e da sua integração. O GIS complementa o BIM e vice-versa, mas é um tema pouco conhecido e explorado especialmente no ciclo de vida que envolve a gestão das etapas de projeto e construção.
A figura a seguir anunciada na divulgação da parceria entre ESRI e Autodesk, grandes referências de GIS e BIM no mercado, ilustra bem a potencialidade da integração entre o BIM e o GIS. Considere que o círculo azul representa o GIS e que o círculo laranja representa o BIM.
Fonte: ESRI/Autodesk partnership
O GIS contribui para o planejamento estratégico, para a gestão do portfólio dos empreendimentos, onde os principais dados para gestão do negócio são representados espacialmente por meio de mapas juntamente com dados de levantamentos passados e mapas públicos com restrições relevantes para facilitar a tomada de decisão.
Durante o projeto, novos estudos são realizados e o projeto é detalhado para construção com o uso do BIM. Os diversos tipos de estudos necessários para o refinamento do projeto como estudos ambientais, territoriais, cadastros de interferências, levantamentos topográficos, sondagens, dentre outros, precisam ser retroalimentados para o GIS para que possam ser reaproveitados em futuras análises estratégicas.
Em uma época em que o “dado” é associado ao novo petróleo, é essencial conhecer a integração GIS e BIM e considerar processos para manutenção dos dados gerados no ciclo de vida do projeto. E o dado é tão valioso porque traz capacidade analítica e de gestão. Neste aspecto, ambas as tecnologias GIS e BIM possuem dados estruturados com informações geométricas e propriedades, além de diversas ferramentas de análises que podem e devem ser exploradas e utilizadas em todo o ciclo de vida do projeto.
Importante é saber quando usar cada conceito. De acordo com a necessidade analítica e contexto do projeto, uma das tecnologias será mais apropriada.
De uma forma simplista, costumo dizer que se o dado a ser analisado é espacializado verticalmente, como na gestão de elementos de uma indústria ou edificação, possivelmente o BIM será mais indicado. Mas se o dado a ser analisado é espacializado horizontalmente, como na gestão de uma obra de linha de transmissão, rodovia ou usina fotovoltaica, onde o acompanhamento se dá por torre, estaca ou painel solar, possivelmente o GIS será mais indicado. E quando falo em usar GIS, não vale dizer que já usa Google Earth para representar o avanço da obra, pois embora o Google Earth seja realmente maravilhoso para várias coisas, ele não oferece a capacidade analítica que ferramentas GIS proporcionam para trazer benefícios de gestão.
Ficou intrigado? Contar com ajuda especializada na integração do GIS com BIM é muito importante. Se possível, opte por consultorias que consigam suportar ambas as metodologias como a Verum Partners. Certamente será um diferencial que contribuirá para o sucesso do projeto.
Autora: Luciana Loures, Líder BIM Infraestrutura na Verum Partners.
A Verum Partners tem larga experiência em implantação de Cultura Ágil, BIM, Lean e metodologia AWP como a base para o gerenciamento de seus projetos, explorando a capacidade dessa metodologia de abranger todas as áreas de conhecimento e níveis de gerenciamento, sendo base para a integração entre engenharia, suprimentos, construção e comissionamento. Temos os melhores profissionais do mercado. Somos parceiros de verdade na alavancagem dos seus negócios! Entre em contato com a gente e agende uma apresentação!