Os projetos de capital representam desafios significativos para os setores de engenharia, mineração, energia e infraestrutura. Com investimentos bilionários, longos ciclos de execução e múltiplos stakeholders, as organizações geralmente lidam com alto índice de retrabalho e atrasos no cronograma.  

É neste cenário complexo que a Gestão Integrada e Governança Colaborativa (GIGC) surge como solução transformadora: mais do que apresentar ferramentas ou metodologias, este modelo propõe uma mudança real na forma de pensar, estruturar e conduzir grandes projetos.  

Continue lendo o artigo e entenda melhor a solução GIGC! 

O que é GIGC e por que é necessária? 

A GIGC emerge como resposta direta a problemas recorrentes no setor: silos organizacionais, baixa colaboração entre equipes, processos engessados e desconexão entre estratégia e execução. Quando isso acontece, mesmo projetos tecnicamente robustos tendem a sofrer com atrasos, estouros orçamentários e entregas desalinhadas dos objetivos de negócio. 

A proposta é simples na teoria, mas poderosa na prática:  

• União de pessoas, processos e tecnologia de maneira equilibrada; 

• Foco em alinhamento estratégico; 

• Empoderamento dos times; 

• Decisões baseadas em dados.  

E tem mais: tudo isso de maneira estruturada, tendo como base a cultura de colaboração e confiança. 

O que está por trás dessa transformação? 

A essência da GIGC está na compreensão de que projetos são como instrumentos para materializar a estratégia empresarial. Sendo assim, para ter sucesso com essa abordagem, os gestores devem ter em mente:  

• Qual é o propósito do negócio? 

• Quais são os objetivos estratégicos da organização? 

• Como traduzir esses objetivos em metas tangíveis durante o projeto? 

Este raciocínio orienta todo o modelo de gestão integrada. Além disso, a GIGC reconhece que transformar uma organização demanda mais que processos bem estruturados: é preciso planejar e executar uma transição cultural de maneira fluida, com o mínimo de atritos e resistência.   

Por isso, a gestão da mudança é incorporada desde o início, garantindo engajamento, comunicação transparente e suporte às lideranças em cada etapa. 

Otimizando o fluxo de valor com a integração real de processos 

Um diferencial crucial da Gestão Integrada e Governança Colaborativa é sua capacidade de revisar e integrar processos ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. Na prática, essa abordagem traz uma série de benefícios, como: 

• Eliminação de redundâncias; 

• Alinhamento de responsabilidades entre áreas e empresas parceiras; 

• Definição de rotinas de gestão claras para cada nível hierárquico. 

Dessa maneira, todos os envolvidos sabem exatamente o que monitorar, quando agir e como reportar.  

A estrutura de governança é desenhada para acelerar decisões, promover colaboração efetiva e gerar fluidez nas operações diárias. 

Sendo assim, em vez de operar em silos isolados, os participantes passam a atuar com visão sistêmica e foco em valor agregado. 

Colaboração como modelo contratual e cultural 

Um eixo essencial da GIGC é a transformação no modelo de relacionamento entre contratante e empresas contratadas (fornecedores, engenharia, construção, montagem, comissionamento etc.).  

Nesse modelo, em vez de usar contratos tradicionais baseados em desconfiança e cláusulas defensivas, adota-se relações colaborativas com: 

• Incentivos ao ganho compartilhado; 

• Cocriação de soluções técnicas; 

• Gestão conjunta e transparente de riscos. 

Na prática, a abordagem colaborativa começa já nas fases iniciais de desenvolvimento do projeto. Assim, é possível antecipar problemas, alinhar expectativas e acelerar entregas. Modelos contratuais modernos como FAC-1, TAC-1 e IPD oferecem o suporte jurídico necessário para uma colaboração efetiva, criando um ambiente de parceria genuína em vez de competição destrutiva. 

Equipes alinhadas, estruturas ágeis e responsabilidade compartilhada 

A forma como uma organização estrutura seus times pode impulsionar — ou travar — o sucesso de um projeto. A Gestão Integrada e Governança Colaborativa propõe uma virada de chave: sair de uma lógica de áreas isoladas com metas individuais e migrar para equipes multidisciplinares, organizadas por missões e com autonomia para resolver problemas e entregar valor. 

Isso inclui: 

• Agrupamento inteligente de projetos por complexidade e localização. 

• Squads ágeis com liderança clara e objetivos comuns. 

• Revisão de papéis e responsabilidades para evitar sobreposição. 

• Assessments de perfil comportamental para alocar as pessoas certas nos lugares certos. 

• Capacitações técnicas e comportamentais personalizadas para preencher gaps críticos. 

Ao fortalecer o accountability coletivo, a GIGC promove um ambiente onde todos se sentem verdadeiramente responsáveis pelo projeto. Ou seja, os colaboradores assumem um protagonismo na entrega. Afinal, entendem que são muito mais do que executores de tarefas operacionais e isoladas. 

A tecnologia como meio, não como fim 

Em um mercado cada vez mais digital, a GIGC compreende a tecnologia como uma poderosa aliada. Por isso, o pilar de Soluções Digitais tem foco em criar uma base tecnológica robusta que: 

• Centralize informações em uma fonte única (Single Source of Truth); 

• Permita rastreabilidade de decisões e dados em tempo real; 

• Reduza desperdícios e aumente a produtividade nos canteiros de obra; 

• Habilite o uso de Digital Twin ao longo do ciclo de vida do ativo; 

• Suporte simulações, planejamento interativo e análise preditiva. 

Neste cenário, as ferramentas e plataformas colaborativas são incorporadas conforme o nível de maturidade do cliente, sempre visando tornar a gestão mais ágil, precisa e confiável. 

Gestão da mudança como base para a sustentabilidade 

Nenhuma transformação estrutural se sustenta sem o engajamento efetivo das pessoas. A GIGC incorpora desde o início um plano robusto de gestão da mudança, baseado em frameworks reconhecidos como o modelo ADKAR da PROSCI. Entre as ações estratégicas, vale destacar algumas: 

• Mapeamento detalhado de stakeholders; 

• Estratégias personalizadas de comunicação e storytelling; 

• Ritos de escuta ativa e diálogo transparente; 

• Desenvolvimento intensivo de soft skills; 

• Suporte direcionado às lideranças na condução da transição cultural.  

Com estas iniciativas, a transformação deixa de ser imposta hierarquicamente e passa a ser construída de maneira coletiva, reduzindo resistências e aumentando o senso de pertencimento e comprometimento. 

O impacto mensurável da GIGC 

Ao implementar a Gestão Integrada e Governança Colaborativa, as organizações passam a operar com maior clareza, agilidade e coesão. São vários os resultados práticos observados: 

• Redução do time-to-market; 

• Aumento da produtividade e previsibilidade; 

• Diminuição de retrabalhos e disputas contratuais; 

• Melhor aproveitamento do capital intelectual interno; 

• Engajamento real dos parceiros e da força de trabalho; 

• Decisões fundamentadas em dados concretos, não em suposições. 

Com a GIGC, mais do que cumprir escopo, os projetos passam a entregar transformação real e valor estratégico para os clientes. 

Conclusão: o futuro da gestão de projetos de capital é integrado e colaborativo 

A GIGC representa uma nova era na gestão de projetos de capital. Combinando estratégia, cultura, processos e tecnologia, ela entrega muito mais do que resultados operacionais, ela consolida uma forma diferente de trabalhar: mais humana, mais conectada e mais eficaz. 

Se sua organização busca melhorar performance, acelerar entregas e fortalecer relações dentro e fora do projeto, chegou o momento de repensar seu modelo de gestão. A Gestão Integrada e Governança Colaborativa não é uma promessa futura: já está em prática, transformando grandes projetos em casos notáveis de sucesso e criando vantagem competitiva sustentável. 

Entre em contato com nossa equipe e entenda como a solução GIGC pode gerar valor real para os projetos de capital da sua empresa.  

FAQ – Perguntas Frequentes sobre GIGC 

1) O que diferencia a GIGC de metodologias tradicionais de gestão de projetos? 

A GIGC integra estratégia, processos, pessoas e tecnologia em um sistema coeso. Enquanto abordagens convencionais frequentemente tratam essas dimensões separadamente, a GIGC cria uma estrutura onde a colaboração e a integração são valores fundamentais. 

2) Em qual fase do ciclo de vida do projeto a GIGC deve ser implementada? 

A GIGC pode ser implementada desde as fases de desenvolvimento até a implantação do projeto. Quanto antes implementarmos, maiores serão as oportunidades de ganhos no projeto. Indica-se iniciar a transformação desde a fase de FEL 2, assim que a alternativa é escolhida. 

3) Como medir o retorno sobre investimento (ROI) da implementação da GIGC? 

O ROI da GIGC pode ser medido por meio do acompanhamento de indicadores como: redução no tempo de ciclo do projeto, diminuição de custos com retrabalho, melhora na aderência ao prazo e ao custo, redução de disputas contratuais, melhora nas agendas e tempo gasto em reuniões, maior alinhamento entre os envolvidos etc.  

4) A GIGC é aplicável apenas a grandes projetos ou pode ser utilizada em qualquer escala? 

A solução GIGC é escalável e adaptável. É possível aplicá-la em projetos de diferentes portes e em programas/portfólios também, aproveitando recursos de acordo com a similaridade de escopo e localização geográfica. 

Autora: Fernanda Moreira, Senior Project Leader na Verum Partners