FOCO no PORQUÊ – Como o VDC ajuda a trazer resultados ao projeto e ao negócio
A transformação digital está avançando em todos os setores da indústriada Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) para substituir os métodos tradicionais e manuais, muitas vezes ineficientes, por alternativas digitais que oferecem melhores resultados nos projetos. Temos visto esse conceito de transformação digital na construção receber o nome BIM Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção. Com a adoção do BIM um empreendimento passa a ser tratado como um banco de dados digital, onde seus elementos contêm informações geométricas e alfanuméricas para atender a diversos tipos de usos, dos mais variados tipos, e estar al alcance das principais partes interessadas.
Mas onde é que o BIM e o VDC se encontram?
O acrônimo VDC vem de Virtual Design and Construction, um conceito que surgiu por volta de 2001, na Universidade de Stanford pelo CIFE – Center for Integrated Facility Engineering. O VDC tem como objetivo nortear o uso de processos virtuais ou digitais na construção de forma orientada ao negócio, com foco no atendimento ao objetivo do projeto em todo o seu ciclo de vida.
Podemos enxergar o BIM como o conjunto de dados e tecnologias que viabilizam a representação e simulação virtual do projeto. Mas como utilizar esses instrumentos para potencializar o atingimento dos objetivos de negócio e do projeto? Como gerir a comunicação e interação entre os nossos principais stakeholders e gerir os processos de produção ao longo do projeto?
É justamente aí que entra o VDC, trazendo um conceito que combina o BIM a um adequado processo de trabalho (PPM/LEAN), suportando pessoas a trabalharem JUNTAS no projeto, de uma forma integrada e simultânea (ICE). A combinação tem como foco alcançar os objetivos do projeto, que por sua vez auxiliam o cliente a alcançar os objetivos de negócio.
Marco de Trabalho VDC
Para garantir foco nos OBJETIVOS, é necessário primeiramente que todos entendam o PORQUÊ o cliente está elaborando o projeto. E esse entendimento viabiliza a definição de O QUE é necessário entregar para atingir os objetivos. FOCO no PORQUÊ!
MÉTRICAS são a chave do VDC e permeiam todos os demais pilares, partindo do pressuposto de que o que pode ser mensurado, pode ser melhorado. As métricas devem ser relacionadas aos OBJETIVOS, serem numéricas, públicas e precisam ser acompanhadas e MELHORADAS constantemente. Diversos tipos de métricas devem ser previstas, como métricas de performance da construção, do projeto, do processo e fatores de controle.
ICE (Integrated Concurrent Engineering) ou engenharia simultânea integrada, é uma metodologia que orienta a realização de sessões de trabalho multidisciplinares, com foco na identificação e RESOLUÇÃO de problemas de forma COLABORATIVA. As sessões ICE utilizam técnicas de visualização, simulação e análise suportadas pelo BIM e são planejadas e trabalhadas previamente para acelerar a resoluções de problemas, contando com pauta a ser discutida, métricas que serão monitoradas, profissionais com poder de decisão necessários, dentre outros. Uma curiosidade é que a metodologia ICE foi desenvolvida a partir da observação de sessões de trabalho multidisciplinares da NASA que visa trazer maior eficiência na organização de missões espaciais.
PPM (Project Production Management) ou gerenciamento de produção de projetos, estabelece processos que potencializam melhoria de produtividade e redução de desperdícios, utilizando ferramentas do LEAN CONSTRUCTION como Last Planner System. Seu objetivo é identificar causas de variabilidade nos processos de produção e eliminá-las ou mitigá-las, para obter processos mais confiáveis e manter um ritmo de produção adequado.
BIM (Building Information Modeling) compõe a parte tecnológica do VDC. É o BIM que viabiliza a virtualização ou digitalização da construção e que oferece o suporte fundamental para promover a colaboração e confiança necessárias para discutir soluções nas sessões ICE e para tangibilizar os processos PPM e resultados com os times de trabalho. E precisamos estar sempre atento a inovações tecnológicas que possam agregar aos objetivos do projeto, como inteligência artificial, realidade virtual, realidade aumentada, impressão 3D, controle das máquinas, dentre outros.
O VDC transforma a virtualização da construção em um instrumento de gestão, combinando tecnologia (BIM) a organização de pessoas (ICE) e seus métodos de trabalho (PPM) de forma a potencializar os resultados do projeto e do negócio.
E podemos ainda combinar VDC a outras metodologias como AWP – Advanced Work Packaging, IPD – Integrated Project Delivery e Digital & Analytics, ESG – Environmental, Social and Governance para alavancar resultados ainda mais exponenciais ao projeto.
A combinação da expertise da VerumPartners e Conexig, que contam conjuntamente com mais de 200 especialistas, visa acelerar o processo de evolução do mercado, fortalecendo a maturidade em gestão de portfólios e projetos, alavancando o uso adequado de tecnologias e promovendo impacto positivo em investimentos na América Latina. A aliança estratégica reforça o posicionamento de ambas as empresas no foco na geração de valor, redução de desperdícios e maximização de resultados, utilizando o que há de mais moderno em metodologias e tecnologia.
Este artigo é uma parceria da VerumPartners com a Conexig. Escrito por Luciana Loures Senior Consultant of Capital Projects and Infrastructure na VerumPartners e Alexandre Del Savio Partner and Director na Conexig.