A adoção da modelagem da informação da construção no desenvolvimento de projetos detalhados e na implantação de obras tem benefícios inquestionáveis na produtividade e gestão dos projetos de engenharia.

Contudo, a utilização do BIM para estudos de viabilidade e projetos conceituais ainda é razoavelmente questionada no mercado, principalmente quando avaliada sob a ótica de investimentos necessários em uma etapa preliminar.

Para desmistificar apenas como oneroso a adoção de modelos digitais em estudos de viabilidade e projetos conceituais, vamos falar um pouco sobre os impactos (positivos!) que o BIM nessas fases iniciais trará aos seus projetos.

Impactos do BIM nas fases iniciais de um projeto:

A importância da engenharia de valor no início dos projetos de engenharia.

As estratégias e definições realizadas na etapa de estudo de viabilidade e projeto conceitual representam um impacto significativo nos custos do empreendimento e são decisivos no processo de tomada de decisão.

Aspectos de viabilidade estão relacionados ao prazo de execução do empreendimento, ao atendimento e conformidade às normas e regimentos locais, ao impacto ambiental, aos investimentos financeiros direcionados ao projeto e execução e a engenharia de valor. Modelos BIM promovem a colaboração, maior entendimento do projeto aos stakeholders culminando em comunicação mais eficiente nesta etapa decisória de desenvolvimento de projetos.

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Figura 1 – Influência do custo total do empreendimento sobre o ciclo de vida do edifício.

Estimativas de custos mais confiáveis.

Em uma etapa de simulação e desenvolvimento de diversos cenários, desde layout até tipos de materiais, a variabilidade no aprovisionamento de investimentos em um projeto é grande. Para projetos nestas etapas, estima-se uma maturidade em torno de 0% a 15%, culminando uma acuraria de estimativa de custos de -50% à 100%.

Para projetos em que o BIM foi adotado para estudos de viabilidade, a acuraria de estimativa de custos é maior quando apurado esse impacto ao longo do desenvolvimento e implantação dos projetos.

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Figura 2 – Gráfico mostrando os limites superior e inferior de contingência adicionadas pelos proprietários às estimativas de custos durante diferentes fases do projeto (dados adaptados de Estados Unidos, 1997; Munroe, 2007; Oberlander e Trost, 2001) e o potencial aumento de confiabilidade associado às estimativas de custo baseadas em BIM.

Engenharia digital promove a velocidade na tomada de decisão e a exploração de diferentes cenários.

Ao trabalharmos com modelos inteligentes, a gestão de dados e simulações promovem a engenharia de valor. Em reuniões de boas práticas BIM, como as design review alternativas podem ser exploradas, ideias compartilhadas e através do modelo a comunicação é facilitada uma vez que o entendimento é maior através dessas ferramentas.

Mudanças de cenários implicam em mudanças de planejamento, mudanças de custos e provisões financeiras. Ainda que a adoção do BIM exija um tempo maior das equipes de engenharia no desenvolvimento da modelagem e de alternativas construtivas, a redução do tempo gasto na elaboração de custos e planejamento é menor, de forma geral não impactando no prazo limite para a tomada de decisões nesta etapa.

Fomentar a colaboração e integração

Quando se adota o BIM nos projetos de engenharia é considerável o aumento da participação de diversos times envolvidos no processo. A agilidade no levantamento de dados, a visualização 3D do projeto e o fomento da colaboração baseada no modelo contribui no envolvimento e responsabilização das equipes.

Quando cenários como esse passam a ser parte dos processos das empresas, os contratos colaborativos tornam-se uma relação contratual de grande relevância priorizando a qualidade dos projetos responsabilidade comum de todos os envolvidos.

O comprometimento dos times em etapas iniciais tem o potencial de reduzir mudanças tardias no projeto que causam redução na produtividade, promovem também melhor coordenação e gestão do projeto e ativos.

Nunca é tarde para adotar o BIM em qualquer etapa do ciclo de vida dos projetos, mas quanto antes, melhor.

A metodologia não se restringe a apenas uma etapa ou a um tipo de ator da construção civil, ela se aplica e impacta proprietários, fabricantes, desenvolvedores, projetistas e construtores. O ciclo de vida dos projetos proposto pela metodologia é cíclico e um dos principais motivos para a engenharia digital ser representada desta forma é porque nesse novo desenvolvimento de projetos busca-se a retroalimentação das informações.

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Estudo de viabilidade e projetos conceituais, quando retroalimentados por essas informações podem atingir maior acuraria em suas estimativas de custos, prazos e resultar em projetos mais eficientes.

Os benefícios da utilização da metodologia nessas etapas não se restringem somente aos citados acima, esses são a ponta do iceberg de resultados positivos que o BIM pode levar às empresas.

Para obter a maior eficiência nos seus projetos, é importante desenvolver uma estratégia clara, desdobrar a todos os colaboradores para que se responsabilizem e atuem como agentes transformadores nesse processo.

Ter os parceiros corretos nessa jornada, são impulsionadores essenciais, como falar de uma metodologia que promove a colaboração e integração e não falar de parceiros externos?

Essa é uma das formas que a Verum Partners pode contribuir no ecossistema da construção e com as demais empresas dessa indústria.

 

Autora: Dominique Mansur, BIM Champion na Verum Partners