Em 2020, a pandemia global do COVID-19 causou uma perturbação sem precedentes. Para a indústria da construção e infraestrutura, tendências como o aumento do home office, requisitos de distanciamento social, mudanças de recursos, quebras nas cadeias de suprimentos e interrupção do fluxo de caixa significam mudanças em todos os níveis.

Ainda assim, algumas tendências, contra todas as probabilidades, continuarão.

Neste artigo, abordaremos as 10 tendências do setor de construção e infraestrutura que vemos no horizonte para 2021.

Confira!

 

As tendências de 2021

1. Segurança

A segurança é sempre uma preocupação, mas no ambiente do COVID-19 ela chega ao topo da lista. Os ajustes para mitigar a propagação de doenças se concentrarão no distanciamento de trabalhadores e equipamentos aprimorados e protocolos de limpeza.

O distanciamento é uma coisa particularmente difícil de conseguir em um local de trabalho, onde a cooperação e o trabalho em equipe são a norma. O uso de equipes menores e turnos escalonados para manter os locais de trabalho menos lotados se tornam ainda mais necessários e frequentes.

Os protocolos aprimorados incluirão os itens esperados, como máscaras e desinfetante para as mãos, bem como itens específicos para construção. A distribuição de ferramentas, o compartilhamento de luvas e capacetes será reduzida. Provavelmente estaremos todos escrevendo nossos nomes em coisas e usando apenas nosso próprio equipamento de proteção.

 

2. Materiais Vivos

Uma das tendências da área de construção e infraestrutura mais interessantes de se observar é o desenvolvimento de materiais vivos. Esses compostos biológicos literalmente crescem sozinhos e estão prontos para passar do status de experimentos para a produção em grande escala em um futuro muito próximo. A vantagem que eles oferecem é muito grande.

Os materiais biológicos mais promissores são construídos e feitos de bactérias e fungos. Isso os torna leves, fortes e estranhamente portáteis.

O concreto autorreparador é o concreto saturado com bactérias que unem os materiais ao seu redor em um novo material estrutural. Este material pode crescer nos poros do concreto, aumentando sua impermeabilidade.

Ele pode até se transformar em fissuras e rachaduras, preenchendo-as e reparando-as – por conta própria. As bactérias também estão sendo desenvolvidas como um material de construção e já estão sendo cultivadas em formas e tamanhos utilizáveis.

Também existem os compostos de micélio. Em vez de bactérias, esses materiais são obra de fungos. O micélio é a vasta rede de fungos que vivem no subsolo, cujas flores são cogumelos.

O maior organismo vivo na Terra é um Honey Fungus em Oregon, que tem 2,5 milhas de diâmetro (1.665 campos de futebol), vários milhares de anos, e produz cogumelos saborosos. Os cientistas estão coletando parte desta criatura robusta, transformando-a em todos os tipos de materiais, alimentando-a com resíduos agrícolas.

Para se ter ideia, a Dell Computers embala seus equipamentos de última geração em materiais de micélio no lugar dos flocos de isopor para embalagem, os quais não são tão ecologicamente corretos. E já está em andamento a produção de isolamentos e piso com esse material.

 

3. Tecnologia Remota

“Remoto” é a palavra do momento e qualquer coisa que prometa que uma tarefa pode ser concluída remotamente vai crescer rapidamente. Isso é verdadeiro tanto para tarefas de construção quanto para tarefas administrativas.

Quase nenhum canteiro de obras comercial agora está sem um drone. A área de construção e infraestrutura é a área que mais adere drones comerciais, de acordo com DroneDeploy, um aplicativo de mapeamento e levantamento de drones.

Observando um projeto de cima, os empreiteiros encontram informações valiosas. Problemas de segurança são descobertos rapidamente, as quantidades de materiais no local podem ser estimadas com precisão e mapas ortomosaicos podem ser criados tornando até mesmo o maior local de trabalho visível como um todo.

Como resultado, economias financeiras substanciais são alcançadas. As informações de segurança podem reduzir as reclamações de seguros, a avaliação precisa dos materiais e o progresso podem levar a informações mais oportunas para solicitações de pagamento e podem ajudar a fazer os ajustes necessários na mão de obra e na programação para evitar atrasos.

No escritório, a tecnologia está aprimorando muito o fluxo de informações. A tecnologia Blockchain é um método de entrada em tempo real verificada pelo usuário de um número infinito de pontos de dados, desde transações a pagamentos, até a conclusão de tarefas e revisões de cronogramas.

Essa tecnologia está se tornando mais simples de usar e está sendo rapidamente adotada em trabalhos de grande escala, com avanços agora sendo feitos até mesmo em trabalhos menores.

 

4. Impressão 3D

Nenhuma tecnologia reduz a densidade do trabalhador no local de trabalho (para o bem e para o mal) como a impressão 3D. No campo, ela consiste em um grande bocal que coloca metodicamente concreto em estacas verticais de acordo com um projeto programado.

Este método já está em uso comercial em todo o mundo e deve crescer rapidamente. Recentemente, uma empresa de construção residencial 3D faturou US$ 35 milhões depois de imprimir um bairro inteiro no México.

Quer ver essa tecnologia em ação? Confira este time lapse de impressão 3-D de um prédio de 2 andares em Dubai.

Na fábrica, é o mesmo processo em menor escala. Normalmente, o processo é usado para fazer pequenos componentes de montagens maiores, geralmente de plástico. Embora provavelmente nunca vá substituir a moldagem por injeção para a produção em massa, a impressão 3D está tornando a fabricação de peças personalizadas acessível. Observe os designers para tirar o máximo proveito disso.

 

5. Construção Modular

A construção modular e a construção pré-fabricada, que já estavam em constante ascensão, devem ter um grande aumento no interesse na era pós-pandemia. Tanto o processo de fabricação quanto o resultado são perfeitamente adequados para a época.

Os edifícios pré-fabricados já são construídos de forma a promover a baixa densidade de trabalhadores. A fabricação é feita em edifícios enormes e arejados, com bastante espaço para distanciamento. E o equipamento usado – guindastes, transportadores e elevadores – é projetado especificamente para permitir que menos trabalhadores movam componentes maiores, reduzindo a proximidade do trabalhador e os custos de mão de obra.

Depois de fabricados, esses edifícios são normalmente pequenos, limitados pela capacidade dos caminhões de movê-los. Como resultado, eles são perfeitos para um mundo onde o distanciamento é necessário.

Eles são ideais se uma empresa precisa de escritórios individuais com sistemas independentes, um funcionário remoto precisa de um escritório em casa ou um hospital precisa de alguns quartos adicionais. Os edifícios pré-fabricados têm a dupla vantagem de serem acessíveis e também potencialmente temporários. Em tempos de incerteza, uma solução temporária costuma ser a melhor opção.

 

6. Tecnologia de Projeto: BIM e VDC

A tecnologia de design já foi uma tendência de construção popular antes da pandemia e simplesmente não há como pará-la ou interrompê-la. A promessa de construir o edifício em um espaço virtual antes de construí-lo na vida real é grande demais para ser ignorada por designers ou empreiteiros.

Para arquitetos, o Building Information Modeling (BIM) assumiu o controle da indústria, substituindo o CAD tão rapidamente quanto o CAD substituiu os lápis. Programas como o líder da indústria REVIT não são apenas programas de rascunho, eles são uma reformulação fundamental do processo de design e produção.

Na verdade, não há nenhum desenho no BIM, apenas uma maquete do edifício no espaço virtual da qual você tira imagens para fazer o conjunto de desenhos. Ele permite que o designer realmente construa o edifício no mundo virtual como uma prática para que ele seja construído no mundo real.

Para construtores, isso é ainda mais valioso. Muitas vezes referido pelos empreiteiros como VDC (Virtual Design and Construction), o princípio é o mesmo.

Imagine encontrar todas as armadilhas de um projeto – as conexões difíceis, os problemas de coordenação, os componentes necessários, mas não contabilizados – antes que uma pá de terra seja virada. A economia de custos pode ser incrível no campo e no escritório.

 

7. Interrupções de trabalho

O trabalho da construção civil está vinculado a uma coisa: capital. E o capital não gosta da incerteza. O clima atual está dificultando o financiamento de projetos, especialmente os grandes.

No geral, o AIA espera que os gastos com edifícios não residenciais diminuam em 2021 e que a queda possa ser dramática. À medida que a dívida do governo aumenta em todos os níveis, os gastos com projetos de infraestrutura quase certamente sofrerão atrasos. E no setor privado industrial, a desaceleração já começou.

 

8. Disputas de pagamento

É inevitável que, quando o dinheiro ficar apertado e as condições ficarem confusas, o fluxo de dinheiro se torne um problema. Já sabemos que as falências estão a aumentar e vemos esta tendência se agravar, tanto as construtoras como os proprietários enfrentam este destino.

 

9. Diversificação da cadeia de suprimentos

A interrupção das cadeias de suprimento forçou os empreiteiros a lutar para encontrar fornecedores alternativos ou pagar preços mais altos pelos materiais. Não há indicação de que isso vá melhorar no curto prazo.

Essa tendência de construção significará reavaliar as relações comerciais de longo prazo e a lealdade à marca e assumir riscos em novas alianças. Como de costume, esse risco terá um custo e exigirá uma coordenação intensa de fornecedores, lojas e proprietários para tomar decisões oportunas e informadas sobre os substitutos.

Os novos contratos provavelmente colocarão mais ênfase nas cláusulas de escalonamento para cobrir aumentos de custos imprevistos, e os contratos atuais podem precisar ser revisados ​​da mesma forma. Mas também é uma oportunidade para fornecedores e empreiteiros ágeis se mudarem para áreas e clientela que antes eram de difícil acesso.

 

10. Queda em projetos não residenciais

O início de construções não residenciais caiu em 2020. De acordo com um relatório da Dodge Data and Analytics, eles caíram 31% apenas de junho a julho, mas, ao mesmo tempo, as inaugurações residenciais aumentaram 22,6%, a maior parte dos quais foram projetos multifamiliares com mais de cinco unidades .

Muito do aumento no número de casas é creditado às baixas taxas de juros, mas parece também estar sendo alimentado pela pandemia, conforme as pessoas procuram se mudar para apartamentos individuais e para longe de centros urbanos lotados, revertendo uma tendência de décadas.

No setor não habitacional, a culpa pela retração vai para a incerteza. O investimento em edifícios grandes e caros como torres de escritórios e hotéis, duas partes enormes do mercado de construção comercial, são difíceis de fazer se o futuro das indústrias que eles abrigam está em questão. No entanto, há motivos para esperança.

Os arquitetos relatam que os projetos hoteleiros, por exemplo, parecem estar em espera em vez de cancelados. Alguns hotéis estão até mesmo planejando usar sua baixa ocupação para fazer reformas que, de outra forma, teriam prejudicado os hóspedes.

Embora seja obviamente impossível realmente prever o futuro, podemos fazer suposições fundamentadas e buscar orientação na história. No entanto, com famílias forçadas a cancelar suas férias e socializar ao ar livre, há um tipo de construção que está crescendo inesperadamente e não mostrando nenhum sinal de desaceleração: piscinas.

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