O cenário da construção está mudando. Além do aumento no uso de tecnologia, inovação e sustentabilidade no setor, é possível observar um número maior de mulheres na engenharia.

Contudo, mesmo com o progresso feito em direção à igualdade de gênero nos últimos anos, ainda há trabalho a ser feito. O desafio é tornar a engenharia um setor atraente para as mulheres, estimulando uma cultura verdadeiramente inclusiva, aberta e igualitária.

Neste artigo, apresentamos o contexto, números e outros aspectos que mostram porque a presença de mulheres na engenharia é um tema tão relevante e urgente. Confira! 

 

A diversidade de gênero na engenharia

As mulheres representam metade da população mundial. Pela sua natureza única, elas podem trazer uma diversidade de pensamentos e soluções inovadoras para desafios complexos em todas as indústrias e aspectos da vida. No entanto, na engenharia e construção, as mulheres estão significativamente sub-representadas. Conforme dados da EngineeringUK, apenas 14,5% das pessoas que trabalham em funções de engenharia são do sexo feminino. 

No Brasil, a engenharia é um setor conhecido por seu conhecimento humano e técnico. No entanto, a presença das mulheres na engenharia ainda é uma questão incipiente, que exige atenção das empresas e profissionais do segmento. Isso porque, mesmo com os constantes avanços na participação das mulheres na engenharia, a desigualdade de gênero no setor ainda é bastante considerável. 

Paula Leocádio, Senior Project Leader na Verum Partners, confirma essa perspectiva. “Como mulher no setor da construção, um dos principais desafios que enfrento é a sub-representação e a consequente falta de inclusão. Este desafio manifesta-se de várias maneiras. Por meio da sub-representação em todos os níveis, dos preconceitos e estereótipos de gênero e da cultura masculina dominante” reforça Paula.

De acordo com o relatório do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o número de profissionais ativos registrados é de 1.065.143, sendo que apenas 208.148 são mulheres, ou seja, 19,54% do total. 

A presença ainda tímida das mulheres na engenharia não é exclusividade do Brasil. Em muitos países europeus, o percentual de profissionais mulheres neste setor também é relativamente baixo. Para mudar esse cenário, algumas nações vêm desenvolvendo iniciativas que visam aumentar a participação das mulheres na engenharia, com programas de incentivo, ações afirmativas, políticas de igualdade de gênero e campanhas de conscientização.

Do mesmo modo, nos Estados Unidos, a presença das mulheres na engenharia mostrou progresso, embora ainda exista uma disparidade de gênero. O mercado norte americano registra muitas acadêmicas nos cursos de engenharia e nos cargos em empresas do setor. Além disso, iniciativas de conscientização e programas de mentoria são projetados para incentivar e apoiar a participação das mulheres na engenharia.  

Em muitos casos, a preferência por profissionais do sexo masculino começa já no início da carreira, dificultando o acesso às oportunidades de trabalho. Ariadna Lopes, Junior Consultant na Verum Partners, conta que “quando estava na faculdade, duas construtoras onde me inscrevi pro estágio, rejeitaram minha candidatura por ser mulher. Uma delas disse que a obra não era lugar de mulher”, relata Ariadna.

Mulheres na engenharia: por que essa pauta é tão importante? 

A sub-representação das mulheres na engenharia é um problema expressivo, que vai muito além dos números. A diferença de gênero contribui para perpetuar desigualdades e reforçar os estereótipos, que tendem a dificultar e limitar as oportunidades para as mulheres em um campo técnico.

A diferença de gênero também gera impactos econômicos. Afinal, a participação ainda tímida das mulheres na engenharia diminui as chances de crescimento e desenvolvimento profissional para muitas.

Nesse contexto, é essencial promover a diversidade e a inclusão nas equipes de engenharia.

Quando as empresas do segmento têm equipes com um perfil mais diverso, elas superam o desempenho dos times homogêneos. O resultado é uma melhor resolução de problemas, inovação acelerada e aumento de produtividade geral. Além disso, produtos e soluções de engenharia são criados a partir de uma perspectiva mais inclusiva, criativa e humana.

Essa é a expectativa das mulheres que já trabalham na engenharia e, claro,  daquelas que irão ingressar no campo. Sobre o futuro, Thaynara Lima, Junior Consultant Verum Partners, conta que espera “um ambiente mais igualitário, com mais representatividade feminina em todos os setores e ambientes que a engenharia permeia.”

Em síntese, a presença das mulheres na engenharia forma equipes com um perfil marcado pela diversidade. Com um olhar mais plural, as necessidades de todos os usuários tendem a ser melhor compreendidas e atendidas sem preconceitos, resultando em projetos e soluções mais inclusivas e eficazes.

Na prática, abordar essa disparidade beneficia as mulheres que procuram carreiras de engenharia, mas também a indústria. 

Embora a população mundial tenha uma representação igual de homens e mulheres, a maioria das invenções e inovações foram criadas a partir de uma perspectiva masculina. Ou seja, ao incentivar a presença feminina na engenharia, as empresas têm a oportunidade de dar espaço para as contribuições inéditas que as mulheres podem fazer

 

Como incentivar mais mulheres na engenharia

Para começar esse movimento, é preciso criar um ambiente inclusivo e igualitário desde as etapas iniciais da educação. Por isso, é importante que escolas e universidades incentivem e apoiem as alunas a explorarem e se interessarem por disciplinas mais complexas, como Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

De outro modo, programas de orientação e mentoria também são importantes para fornecer suporte e encorajamento às mulheres que estão ingressando na engenharia. Tais programas podem ajudar a superar a falta de modelos e referências femininas, fornecendo exemplos inspiradores e aconselhamento prático.

Além disso, é fundamental que as empresas de engenharia e construção adotem políticas de diversidade e igualdade de oportunidades. Para tanto, o melhor caminho é investir em ações estratégicas, como:

  • Implementação de processos de contratação equitativos; 
  • Eliminação da desigualdade salarial; e 
  • Criação de ambientes de trabalho inclusivos e respeitosos.

No que se refere à presença das mulheres na engenharia, a expectativa das profissionais do setor inclui o aumento de oportunidades e o acesso às posições de liderança. Como coloca Ariadna, ” a busca não é pela superioridade em relação aos homens, mas sim pela igualdade de oportunidades e reconhecimento, fundamentados no respeito mútuo”.

Para incentivar a presença de mulheres na engenharia também é essencial promover uma mudança de mentalidade. A partir daí, os gestores podem começar um movimento para criar um ambiente mais propício para o crescimento e sucesso das mulheres na engenharia.

 

O impacto das mulheres na engenharia hoje

Elas estão liderando projetos inovadores, apresentando soluções criativas e inéditas, desenvolvendo tecnologias disruptivas e, assim, desenhando o futuro do setor. Elas trabalham em diferentes áreas como inteligência artificial, tecnologia sustentável, gestão de pessoas, de projetos, planejamento e execução de obras e muito mais.

Na prática, a presença de mulheres na engenharia também contribui para a criação de propostas mais inclusivas e sensíveis às necessidades de diferentes grupos de pessoas. Por exemplo, ao ter mulheres envolvidas em um projeto de capital que irá impactar determinada comunidade, a tendência é que as profissionais consigam prever as possíveis mudanças na rotina das mães e crianças com mais precisão, empatia e sensibilidade. Afinal, a mulher vive e conhece melhor a dinâmica familiar. Essa visão permite à empresa construir uma política inclusiva, com foco nas demandas de responsabilidade social e bem-estar das pessoas e do meio ambiente.

 

Verum: a presença de mulheres na engenharia importa para nós

As mulheres estão desempenhando um papel cada vez mais importante na engenharia, desconstruindo estereótipos e rompendo barreiras. Com habilidades técnicas e conhecimentos valiosos, elas estão contribuindo para avanços significativos no setor.

No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito. O objetivo é garantir uma representação mais equilibrada e igualdade de oportunidades para as mulheres na engenharia. Para tanto, empresas, organizações e a sociedade têm o compromisso de apoiar e incentivar mulheres a seguirem carreiras nessa área, criando um ambiente inclusivo e respeitoso.

Com a promoção da diversidade de gênero no setor, podemos alcançar avanços ainda maiores e soluções mais abrangentes para os projetos de capital. 

Aqui na Verum, acreditamos que podemos contribuir e abrir caminho para um futuro mais igualitário e inovador, onde as mulheres tenham vez, voz, espaço e oportunidades, para que possam, de fato, construir soluções e projetos ainda mais arrojados.

Além de abordar a diversidade de gênero, sabemos que precisamos olhar também para a criação de oportunidades para pessoas com deficiência, de culturas sub-representadas e da comunidade LGBT+. Temos certeza que pessoas de todas as origens têm algo único a oferecer. Por isso, estamos comprometidos em respeitar e capacitar nossa equipe em um ambiente onde todos sejam encorajados a contribuir.

Quer saber mais sobre a importância da diversidade na engenharia? Confira nosso podcast sobre o tema.