Gerenciamento de Riscos na engenharia e construção: 5 etapas para seguir
Na indústria da construção, cada projeto traz consigo desafios e oportunidades. Sabendo disso, na gestão de projetos, um dos aspectos mais importantes é identificar oportunidades e riscos e gerenciá-los de acordo. Se negligenciada, a ausência de gestão de risco pode levar a acidentes fatais, erros, além de prejuízos financeiros.
Por outro lado, o gerenciamento adequado de riscos tende a gerar aumento dos lucros, retenção de clientes e novos projetos.
Com riscos dinâmicos e até imprevisíveis, conhecer a complexidade da gestão de riscos na engenharia é vital para evitar e mitigar impactos negativos, visando o sucesso dos projetos.
Neste artigo, apresentamos a importância do gerenciamento de riscos na indústria da construção. Continue a leitura!
O que é gerenciamento de risco de construção?
O gerenciamento de riscos é definido como um processo ou sistema para identificar e reduzir vários riscos dentro de um projeto de construção.
Para otimizar esse processo, a melhor abordagem é investir em soluções e metodologias que permitam gerenciar vários grandes riscos ao longo do projeto.
Com um programa bem estruturado e a equipe certa, a formulação de um programa de excelência operacional baseado em risco pode ajudá-lo a gerenciar melhor todo o ciclo de vida do projeto de ponta a ponta.
Para ajudá-lo a priorizar sua avaliação de risco, identificamos as principais classificações de riscos, bem como as etapas que podem ajudar você na condução do projeto.
Como gerenciar o risco em seu projeto de construção
De acordo com o Instituto da Indústria da Construção, existem cerca de 107 riscos de construção que devem ser considerados na execução de um projeto. Mas calma lá! Antes que você se desespere, saiba que muitas empresas optam por controlar e gerenciar os riscos de construção apenas dentro de limites razoáveis. Até mesmo porque alguns riscos, como fenômenos naturais, fogem do alcance do gestor de projetos e da sua equipe.
Ainda assim, uma estratégia sólida de gerenciamento de risco é fundamental para a segurança da sua empresa e projeto.
Na maioria dos projetos, os recursos internos são bem explorados e os gerentes de projeto se dedicam às avaliações de desempenho e controle necessárias.
Quando o assunto é gerenciamento de riscos, a principal dúvida é: onde investir tempo e recursos para minimizar os principais riscos de construção e controlar o que, muitas vezes, parece incontrolável?
Antes de conhecer o passo a passo para um gerenciamento de riscos, vamos apresentar alguns conceitos e classificações importantes.
Gerenciamento de riscos: perigo vs. incerteza vs. risco
Afinal, qual a diferença entre os três conceitos? E como cada um deles deve ser abordado no gerenciamento de riscos? Vejamos:
- Perigo:é uma circunstância que representa uma situação de risco de vida ou ameaça ao meio ambiente, à propriedade ou à integridade pessoal. Por exemplo, um problema que pode comprometer a saúde e o bem-estar das pessoas em um canteiro de obras é um perigo. Perigos são situações com potencial para se transformarem em incidentes ou desastres.
- Incerteza: é a probabilidade de um evento com informações rasas ou incompletas. Uma incerteza tem mais de um resultado possível que provavelmente ocorrerá.
- Risco: é o resultado de um evento previsto com base na probabilidade estatística. Com riscos, há alta previsibilidade de falhas. Qualquer evento de alta probabilidade que possa impedir a qualidade do progresso do projeto e o custo é um risco.
Gerenciamento de riscos: 3 classificações primárias de riscos de construção
Para realmente entender como conduzir um gerenciamento de riscos eficaz, primeiro é importante conhecer os principais tipos de riscos nos canteiros de obras. Geralmente, eles se enquadram em uma das três categorias. São elas:
1. Finanças
Estourar o orçamento de um projeto já é quase uma norma para os projetos da indústria de engenharia e construção. Por isso, uma gestão financeira inadequada representa um dos riscos mais expressivos para os projetos do setor. Mesmo que o excesso orçamentário seja pequeno, isso pode afetar a liquidez futura da empresa, que corre o risco de não conseguir pagar os trabalhadores por seu trabalho árduo e, finalmente, ver o projeto parado.
2. Agenda
Na indústria da construção, a frase “tempo é dinheiro” é imperativa. Por isso, um cronograma falho pode ter um impacto devastador em um orçamento. Um ruído de comunicação ou erro em um relatório pode adiar a agenda da obra em dias, semanas ou meses. Isso porque o gestor do projeto e a equipe precisam lidar com retrabalho, remarcações com profissionais e criação de grandes superações de custos.
3. Design
Muitas vezes, os riscos de construção relacionados ao projeto podem ser melhor gerenciados a partir da fase de planejamento pré-construção, quando todos os envolvidos podem alinhar expectativas e metas de uma perspectiva realista.
Pular essa etapa é um risco crescente que deve ser cuidadosamente gerenciado. Essa prática é cada vez mais comum no mercado atual, onde a velocidade para iniciar a construção é uma das solicitações dos clientes.
O processo de gerenciamento de riscos de construção em 5 etapas
O gerenciamento de riscos é um tópico extremamente complexo, mas o processo geral é o mesmo, independentemente da escala do negócio. Em sua essência, o processo de gerenciamento de riscos de construção inclui a identificação de riscos, avaliação do impacto potencial, controle-os, financiamento de custos potenciais e busca de recuperação de danos quando ocorre uma perda.
1. Identificação dos riscos
Para tanto, preocupe-se em fazer a pergunta: Quais riscos são apresentados pelo projeto ou cliente? E liste os riscos na sequência. Tenha em mente que um risco é qualquer ameaça que crie uma exposição potencial a perdas.
Geralmente, as empresas de engenharia e construção consideram seis tipos comuns de riscos nesta etapa.
Tipos de riscos em projetos de construção
- Risco financeiro: pagamentos lentos, aumento dos custos de construção, fraude e outros fatores financeiros podem apertar o fluxo de caixa e interromper o crescimento. Esta categoria inclui risco de crédito e risco de liquidez, entre outros.
- Risco de segurança: a construção é uma indústria perigosa, com altas taxas de ferimentos e mortes por acidentes no local de trabalho.
- Risco operacional ou de projeto: atrasos no cronograma, interrupções na força de trabalho, falta de financiamento, falhas de equipamentos e fenômenos naturais, como furacões, têm o potencial de inviabilizar os objetivos de negócios.
- Risco econômico: recessão, inflação e outras forças econômicas podem reduzir as oportunidades de mercado, aumentar os custos de construção e inviabilizar o financiamento do projeto.
- Risco legal: a construção é uma indústria altamente regulamentada e litigiosa.
- Risco político: especialmente para as empresas de construção que trabalham em projetos governamentais, os riscos políticos incluem atos de terrorismo, agitação civil ou simplesmente mudanças políticas que afetam os prazos do projeto, o financiamento e a segurança dos trabalhadores.
2. Avaliação do impacto
Depois de identificar os riscos no projeto, o próximo passo é determinar a frequência, probabilidade e gravidade desses riscos potenciais. Isso envolve fazer várias perguntas:
- “Qual o pior cenário que pode acontecer?”
- “Qual é a probabilidade desse evento?”
- “Quanto perderíamos se isso ocorresse?”
Durante a avaliação do projeto, a empresa determina a probabilidade de um evento de perda e a gravidade dos danos.
O registro de dados de projetos anteriores, bem como de indicadores financeiros, é um componente-chave da avaliação do risco.Quanto mais dados históricos uma empresa tiver que analisar, mais precisa será sua avaliação de risco.
3. Escolha de uma resposta
No gerenciamento de riscos, um gestor tem quatro respostas possíveis. Veja só:
- Aceite o risco: certos riscos são considerados aceitáveis. Basicamente, representam o custo de buscar uma oportunidade valiosa.
- Evite o risco: isso pode envolver a alteração do escopo do trabalho ou a recusa completa do contrato.
- Controle o risco: uma empresa pode implementar medidas para reduzir a probabilidade de um evento de perda e/ou mitigar seu impacto na empresa.
- Transfira o risco: a empresa de engenharia executora pode passar o risco para outra parte a partir do contrato ou com um programa de seguro.
4. Recuperação de perdas
Quando ocorre uma perda, a empresa deve procurar recuperar os danos e limitar. A recuperação e mitigação de perdas pode assumir várias formas diferentes, incluindo:
- Fazendo uma reclamação de seguro;
- Enviando contas para cobranças;
- Entrando com uma ação judicial.
Em síntese, é importante que o programa de gerenciamento de risco de uma empresa de construção inclua políticas e procedimentos para prevenção e recuperação de perdas quando necessário.
5. Resultados da revisão
Os empreiteiros precisam realizar revisões periódicas de seu programa de gerenciamento de risco, analisando sucessos e fracassos e atualizando o processo com as lições aprendidas.
O gerenciamento de riscos de construção é um processo que exige adaptações e melhoria constante. Afinal, a indústria da construção de amanhã trará novos riscos. De tal modo, o gestor de projetos precisa criar novas estratégias para gerenciá-los e mitigá-los.
Gerenciamento de riscos com a Verum Partners
Como vimos até aqui, o gerenciamento de riscos não deve ser uma técnica reativa para quando os projetos dão errado, mas sim uma abordagem proativa. É importante que essa abordagem seja seguida desde o início de um projeto, para melhorar o desenvolvimento geral em direção a resultados positivos.
Quando utilizado corretamente, o gerenciamento de riscos ajuda a garantir a identificação e a tratativa dos riscos em tempo hábil, diminuindo muito os possíveis impactos no projeto.
Além disso, o gerenciamento de riscos é a abordagem que considera a saúde e a segurança dos trabalhadores, evitando acidentes de trabalho e doenças relacionadas à rotina no canteiro de obras. Quer saber mais sobre esse tema? Confira nosso artigo: A importância da segurança do trabalho nos projetos de capital.