Como inserir critérios de projeto nas fases iniciais de desenvolvimento de projetos? 

Já é consenso e natural o entendimento de que, quanto antes iniciarmos a definição e implementação requisitos de sustentabilidade em projetos, maior a probabilidade de cumprirmos metas ESG associadas ou dependentes do processo de substituição de ativos por novos mais eficientes. 

Ao menos isso significa que, dentro da jornada ESG, passamos enfim para a fase de desdobramento das metas corporativas para influenciar o desenvolvimento e avaliação de maturidade de projetos. Esse desdobramento, por sua vez, deve se dar no âmbito normativo e cultural da empresa, garantindo a aderência entre o discurso publicado em relatos de sustentabilidade e o dia a dia da tomada de decisão, nas várias etapas e disciplinas de projeto. 

A boa notícia é que, para facilitar e orientar a adequação normativa, podemos partir da matriz de materialidade aplicada a projetos e todo o arcabouço técnico oriundo de protocolos ESG conectados com os temas relevantes para a empresa. Alguns exemplos são o GRI, SASB, CDP, entre outros, que já trazem um grupo de temas e indicadores com um vasto material para desenho do framework de análise e estudo de boas práticas. Tudo isso faz mais sentido ainda se a empresa tiver interesse em colher frutos do investimento feito, por meio da aplicação de estratégias de finanças sustentáveis, sempre dependentes de um bom sistema de monitoramento e divulgação de indicadores associados aos compromissos assumidos. 

Indo para a parte prática, como então inserimos requisitos ESG em projetos desde a sua concepção? Obviamente existem vários caminhos, mas na Verum atuamos com visão sistêmica na mitigação de riscos do negócio e na antecipação a impactos socioambientais, para garantir e aumentar sua viabilidade. Isso significa que, os processos de análise de risco e seleção de alternativas locacionais ou tecnológicas são críticos para a inserção de critérios de projeto ESG nas etapas iniciais de desenvolvimento. 

Importante destacar que, ao definir que o empreendimento em fase de planejamento tenha como propósito ser sustentável, além do mapeamento de riscos prévios, é possível alcançar oportunidades, que vão agregar valor aos negócios. O impacto positivo de um negócio sustentável, além de minimizar impactos socioambientais, gera economias mensuráveis ao longo do ciclo de vida do empreendimento. 

Uma profunda análise de riscos focada em avaliação de impactos para as comunidades e meio ambiente, com forte dedicação ao mapeamento de oportunidades associadas à própria estratégia de mitigação desses riscos, é crucial para mudar a relação da equipe com os impactos da implantação do projeto. Isso envolve análises dedicadas, ampla participação interna e externa, conhecer o território a fundo e, ao final do processo, explicitar na declaração de escopo quais os principais riscos e estratégias que fazem parte do projeto como pilar para seu sucesso. 

Essa mesma análise de riscos embasa a seleção de alternativas locacionais e tecnológicas de forma que a sustentabilidade não seja um custo futuro do projeto, mas uma simples decorrência da tomada de decisão consciente na fase conceitual. Além dos riscos, o entendimento de atributos socioambientais críticos também deve representar impedimentos para a engenharia na mesma medida que custo e prazo. 

À medida que uma empresa se antecipa a processos de licenciamento ambiental para gerar impacto líquido positivo, alcança uma condição de maturidade à altura de líderes globais em sustentabilidade. Quer ser um parceiro Verum nessa jornada? 

 

Autor: Vitor Herméto, ESG Consultant na VerumPartners