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Energia: 4 desafios centrais do setor
Em uma era em que a adaptabilidade e a inovação são primordiais, o setor de energia enfrenta um conjunto único de desafios. Das condições flutuantes do mercado à evolução dos regulamentos ambientais, as empresas do segmento precisam ajustar, continuamente, suas operações para mantê-las sustentáveis e lucrativas.
Além disso, a transição energética é outro movimento exigente, que requer investimentos expressivos dos setores público e privado.
Na prática, a indústria de energia lida com o imperativo de reduzir custos, aumentar a produtividade, priorizar a sustentabilidade, e, ainda, com a responsabilidade de conduzir a transição energética com sucesso.
Sabendo disso, neste artigo, apresentamos algumas tendências e desafios que geram impactos para o setor de energia.
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Mudanças climáticas, guerras e eleições
O ano de 2024 tem sido marcado por uma série de incertezas e interesses. Os conflitos em curso na Ucrânia e em Gaza, a interrupção no transporte no Golfo de Suez e o aumento das tensões no Estreito de Hormuz, uma porta de entrada vital para a indústria do petróleo, são alguns dos movimentos externos que impactam na gestão das empresas de energia.
Com as eleições em muitos países – mais da metade da população mundial já foi ou irá às urnas este ano – os governos desejam manter os preços da energia baixos.
De outro modo, eventos climáticos extremos também contribuem para aumentos de temperatura, exigindo atenção dos formuladores de políticas regulamentadoras.
Desde a COP28, os países vêm analisando seus compromissos de Contribuição Determinada Nacionalmente (NDC), com foco na revisão de políticas para implementar os compromissos que assumiram.
Ainda nesse eixo, o compromisso Global de Energias e Eficiência Energética, que visa triplicar a capacidade de energia renovável globalmente e dobrar a taxa média anual global de melhorias na eficiência energética até 2030, representa um desafio complexo. O compromisso exige estratégias de adequação em diferentes áreas, desde moradia e construção até transporte e comportamentos do consumidor.
O que está acontecendo com o hidrogênio?
No movimento de transição energética, o hidrogênio limpo tem um papel importante. Tanto é verdade que, no momento, a indústria de energia vem buscando casos de uso viáveis, sustentáveis e “prontos para uso”. Além disso, os regulamentos sobre esse tipo de uso estão em construção.
Dessa forma, a expectativa é que se estabeleça uma base para o investimento em hidrogênio verde, com uma ampla gama de investidores se posicionando para capitalizar as oportunidades. Tais desdobramentos devem ser vistos tanto no curto prazo quanto até 2030, inclusive em mercados tradicionalmente dominados por petróleo e gás.
Na prática, é possível observar alguns sinais claros de progresso:
- Mais descoberta de preços: já existem dados sobre as tendências de custo nivelado do hidrogênio (LCOH), e essa base só melhora.
- Casos de uso estabelecidos: o aço verde surgiu como um caso de uso estabelecido. Refinarias, petroquímicas e outros usuários finais industriais oferecem casos de uso “prontos para uso” semelhantes. Esperamos ver mais decisões finais de investimento nessas áreas.
- Transporte por caminhões e ônibus de longa distância: Os produtores de hidrogênio estão usando caminhões e ônibus como âncoras. Esses negócios podem aumentar à medida que outros casos de transporte surgem, como transporte e, potencialmente, aviação, provavelmente por meio de combustíveis eletrônicos.
- Fornecedores de eletricidade: o papel dos fornecedores de varejo de eletricidade na entrega de energia a projetos de hidrogênio, para mercados maduros de eletricidade, se tornará mais claro ao longo de 2024 e além.
- Pensamento mais “todo o sistema”: o papel das soluções de hidrogênio e midstream no setor de energia se tornará mais claro. O desafio é saber quando e como o transporte e o armazenamento surgem em grande escala. Além disso, é preciso entender como os mercados podem se organizar para aproveitar a energia reduzida e alimentar um sistema de armazenamento em grande escala.
Para o amplo uso do hidrogênio limpo, as empresas do setor de energia ainda se deparam com uma série de desafios:
- Investimento:para obter capital com investidores, as companhias precisam apresentar fluxos de caixa financiáveis.
- Quadro regulatório: esses fluxos de caixa financiáveis exigirão um quadro regulatório para produção, transporte e certificação. A regulamentação precisa ser consistente em uma base transnacional.
- A cadeia de suprimentos: os projetos precisam ser cronometrados corretamente. No curto/médio prazo, tanto os projetos de escala GW quanto outrosde menor escala visam alcançar a operação comercial entre agora e 2028. Tais projetos precisam navegar, cuidadosamente, pelo desenvolvimento de cadeias de suprimentos globais para viabilizar a aquisição de eletrolisadores do tamanho certo e no momento certo.
Transformação digital para apoiar a transição energética
A tecnologia digital está sendo usada em todo o setor de energia para otimizar a distribuição, gerenciar o uso e facilitar a adoção de fontes de energia de baixo carbono.
Nesse cenário, a expectativa é que a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (machine learning) desempenhem um papel crescente na transição energética. O objetivo principal é construir um sistema de energia menos dominado pelo carbono, auxiliando no gerenciamento de geração, distribuição e demanda, a fim de manter a estabilidade do sistema de energia.
Na prática, o uso da rede inteligente da IA já está sendo explorado para previsão de demanda com mais precisão e ajustes mais próximos do tempo real no agendamento de geração, bem como no armazenamento do excesso de energia para uso futuro. O uso de IA e dispositivos conectados no gerenciamento de demanda também será uma área de crescimento contínuo.
O fato é que a transformação digital pode apoiar uma mudança para clientes individuais de energia domésticos e comerciais que desempenham papéis importantes, como contribuintes de destaque. Por exemplo, já é possível observar fornecedores de energia de varejo gerenciando cargas domésticas de carregamento de EV, a fim de evitar momentos de pico de demanda. Para tanto, as companhias usam técnicas de coleta de dados e tarifas flexíveis.
Na indústria da energia, a coleta, o uso e o compartilhamento de dados pessoais e outros conjuntos de dados valiosos de medidores inteligentes e dispositivos domésticos habilitados para IoT serão fundamentais para alavancar com sucesso os recursos de energia distribuída.
Na esteira da transformação digital do setor, o interesse no uso de gêmeos digitais está crescendo. A tecnologia será usada, por exemplo, para melhorar a produção de energia, a partir do mapeamento de mapeando processos de produção para impulsionar eficiências e melhorias de sustentabilidade.
Quando usados em combinação com dispositivos IoT, os gêmeos digitais podem ser particularmente poderosos para manutenção preditiva e remota de ativos de produção de energia, como turbinas eólicas offshore.
Dada a crescente descentralização do sistema de energia e o número de ativos em interação, a expectativa é que os gêmeos digitais também sejam cada vez mais usados para modelar e monitorar o impacto das mudanças no sistema. Dessa maneira, os dados obtidos com as tecnologias orientam as tomadas de decisões políticas em torno da descarbonização estratégica da energia.
A tecnologia digital também pode desempenhar um papel importante no fornecimento de suprimentos de energia. Por exemplo, o blockchain pode ser usado para estabelecer a proveniência dos recursos energéticos, inclusive permitindo o carimbo de tempo real no ponto de geração de energia. Assim, a tecnologia garante transparência no rastreamento da origem da energia.
Em síntese, na indústria da energia, o uso das tecnologias digitais é vital, porque viabiliza e habilita vários processos e aspectos da transição energética. Esse movimento proporciona a construção de pilhas de tecnologia cada vez mais complexas com vários pontos de potencial vulnerabilidade cibernética ou falha do fornecedor.
Diante de tantos desafios relacionados à transição energética, um dos principais é garantir que a rede e seus ativos conectados sejam tecnicamente seguros e resilientes a ameaças cibernéticas. Afinal, este também é um requisito legal, particularmente para provedores de infraestrutura crítica ou processadores de dados pessoais.
Gestão de pessoas ganha novas práticas, com o avanço da transição energética
Assim como aconteceu em outras indústrias, o setor de energia experimentou a mudança para o trabalho remoto durante a pandemia. Atualmente, os modelos e culturas de trabalho variam entre as empresas do segmento. Para àquelas que adotam modelos híbridos ou exigem presença no escritório cinco dias por semana, criar ambientes de trabalho atraentes para os profissionais é um desafio contínuo.
Atualmente, as empresas de energia avaliam uma série de fatores, que impactam na experiência do colaborador, à medida que buscam o equilíbrio ideal para suas culturas, pessoas e operações.
Entre tantas, uma prática importante é investir na qualificação e formação contínua dos profissionais, para atender às demandas da transição para as energias renováveis. Quando a empresa decide investir em tecnologias de treinamento, ela prioriza e facilita a transição energética.
Por fim, como qualquer empresa de tecnologia ou incubadora, as empresas de energia devem cultivar um espaço que apoie a inovação e a colaboração. Dessa forma, os profissionais podem trabalhar de maneira colaborativa, acelerar o desenvolvimento de produtos e serviços, bem como resolver problemas de forma criativa.
Ao avaliar o fluxo de trabalho e os objetivos de negócios da companhia, os gestores podem planejar espaços estratégicos, que sejam capazes de abraçar os processos multifacetados de ideação e inovação.
Empresas de energia: como a Verum Partners pode ajudar
O setor de energia segue em constante evolução, acompanhando a transição mundial para a energia renovável. Neste momento, as empresas do setor devem buscam explorar novas tecnologias, práticas e de trabalho. Com essa abordagem orientada pela inovação e conectadas com as demandas do mercado, as companhias tendem a dar um salto em termos de crescimento e maturidade.
Em síntese, observar as tendências e desafios do setor é o primeiro passo para as empresas de energia que desejam permanecer competitivas e líderes do segmento.
Se você quer movimentar a sua empresa rumo ao futuro, viabilizando a transição energética, entenda como a Verum pode ser parceira estratégica da sua companhia. Entre em contato conosco!