Quando vejo alguém questionando se dá para aplicar agilidade na construção, eu fico até assustado em como ainda não ficou claro para uma parcela de engenheiros o quanto construir com eficiência depende diretamente da nossa capacidade de responder a mudanças, ou seja: o quão ágil conseguimos ser.

A gestão Ágil nos faz olhar para a gestão da obra como um catálogo de serviço sendo prestado por diferentes frentes, e, entendendo se estes serviços, estão atendendo a demanda, com o ritmo e qualidade esperados, respeitando a interdependência de cada uma das etapas e tornando as próximas possíveis.

A mentalidade ágil pode ser especialmente útil nas fases de Engenharia, do conceitual ao detalhado. É o que chamamos de Engenharia Ágil.

Ela permite entender as demandas do cliente, as especificações da obra e reunir isso de modo organizado, o que reduz problemas nas etapas de construção e comissionamento.

Assim, pequenos passos são dados, mas de modo sólido. É um pensamento sistêmico que colabora para a criação de um ambiente de liderança compartilhada.

Enquanto a maioria das práticas da gestão da engenharia foca apenas no produto a ser construído, ou em pranchas de documentos, a Engenharia Ágil foca em gerir tanto o produto quanto o trabalho criativo necessário para sua concepção, estratégias construtivas e soluções inovadoras para atender à demanda do cliente. Trata-se de uma visão holística do sistema.

Olhando para um setor como o da construção, cujo a média de produtividade só aumentou 1% nos últimos 20 anos, conseguimos entender claramente a necessidade urgente de mudança na postura tradicional de gerir projetos, e o quanto a agilidade vem para ajudar esse cenário.

Trata-se de construir mais e de modo inteligente.

 

Auto: Raphael da Costa, Agile Coach na Verum Partners.