Você sabia que existem novas tecnologias, já consolidadas, para a não utilização de barragens na mineração do ferro?  

Atualmente o grande desafio das mineradoras é de fato a disposição de resíduos de uma forma segura, sustentável e que ainda seja competitiva. A solução, até então adotada na implementação de barragens de rejeitos não é mais uma saída a médio e longo prazo. 

As barragens funcionam como uma espécie de barreira, onde são depositados os rejeitos. À medida que o rejeito é depositado, a parte sólida se acomoda no fundo da barragem. A água decantada na parte superior é então drenada e tratada, com parte sendo reutilizada no processo de mineração e o restante absorvido pelo meio ambiente. 

Esta metodologia tradicional com a disposição de polpas em barragens requer grandes áreas, apresenta grande impacto ambiental e consequentemente dificuldade na obtenção de licenciamentos. 

Devido aos terríveis acidentes com barragens de rejeitos, a indústria da mineração tem procurado restringir o uso delas, inclusive para atender novos regulamentos do setor, e tem feito isso através de desenvolvimento de novas tecnologias ou, até mesmo diminuindo sua produção.  

No estado de Minas Gerais, grandes mineradoras desenvolveram tecnologias para filtrar e empilhar seus rejeitos. Esta tecnologia, de uma forma simplificada, consiste em reduzir a umidade do rejeito da usina de tratamento através de filtros específicos a um percentual que possibilite o seu empilhamento, evitando assim, a sua destinação para as barragens. Esse rejeito depois de transportado, empilhado e distribuído em camadas, possibilitando a reabilitação vegetal. Porém, esta solução pode exigir um custo elevado de implantação e operação, as vezes provocando as mineradoras a restringir sua produção.  

Esta tecnologia já está sendo aplicada nas operações desde 2021 e vem crescendo a cada dia, um dos principais benefícios é a redução do consumo de água do processo, a melhoria na taxa de recuperação de água por meio da reutilização, redução dos custos de restauração ambiental de barragens e reduz o risco de contaminação do lençol freático. 

Uma alternativa, além da filtragem, é a aplicação de tecnologia de tratamento de minério de ferro sem a utilização de água para minérios de baixo teor.  A separação magnética a seco: FDMS (Fines Dry Magnetic Separation). Essa é uma tecnologia patenteada pela Vale S.A, e se mostra pioneira para o processo de beneficiamento de minério de ferro. O resultado deste processo é um produto economicamente viável com elevados teores de ferro e baixos contaminantes e o mais importante neste nosso tema aqui, rejeitos de minério de ferro depositados diretamente em pilhas e não em barragens, pois seus resíduos finais consistem praticamente em areia e podem ser aproveitados nas indústrias cimenteira, cerâmica e também na construção civil. 

 

Atualmente estão sendo desenvolvidas tecnologias para a exploração comercial do material depositado nas barragens. Tais tecnologias envolvem a redução metalúrgica do minério contido na barragem e posterior aplicação da separação magnética. Essas ainda estão em fase de testes piloto, mas em breve as veremos aplicadas pelo mundo. Esperamos que em breve seja no Brasil.  

As diversas vantagens potenciais dos rejeitos secos justificam o custo inicial alto para as grandes mineradoras, principalmente porque compensam quando se considera o ciclo de vida completo da mina incluindo o gerenciamento dos rejeitos após o fechamento das instalações. Além, é claro, de posicioná-las na vanguarda dos investimentos em tecnologia que aumentam a segurança das operações. 

Alinhados com o nosso propósito em inovação e sustentabilidade, a Verum Partners vem atuando fortemente nos projetos de implantação de ambas a tecnologias desenvolvidas pelos nossos clientes e alavancando iniciativas que promovam impactos positivos na mineração da América Latina. Temos especialistas com as expertises necessárias para ajudar a alavancar o seu negócio.  

 

Autor: Thiago Mariano, Director of capital Projects and infrastructure na Verum Partners.